quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Barroso II

Será que Durão Barroso tem uma ideia clara do que quer fazer no segundo mandato que hoje arrancou? Se não tem é bom que se defina rapidamente, sob pena de a Comissão Europeia ser cilindrada por Herman Van Rompuy, o presidente do Conselho Europeu que, pelo contrário, sabe bem o que quer.

Pelo que tem dito nos últimos tempos, as ideias de Barroso parecem ser mais do mesmo. Nada faz por agora prever que a Comissão está disposta a sair da postura essencialmente reactiva que marcou o seu primeiro mandato.

Barroso dispõe de uma maioria aritmeticamente confortável no PE – 66 por cento dos 736 eurodeputados, ou 70 por cento dos votos expressos, como se quiser – para arriscar ser um pouco mais ousado e criativo nas suas iniciativas.

Ao seu serviço tem a mais original das instituições europeias, que acumula um direito exclusivo de iniciativa legislativa com a responsabilidade de gerir e aplicar as políticas comunitárias e impor o cumprimento do direito europeu. Que conta com mais de 20 mil funcionários na sua maior parte altamente qualificados, muitíssimo bem pagos e com capacidade e motivação para gerar as ideias, os debates e as reflexões para a formulação das propostas e as políticas que permitam à UE enfrentar os problemas com que se depara nas próximas décadas.

O problema está em que Barroso, e os seus próximos, parecem ter horror do debate e da criatividade. Basta ver como são afastados os jornalistas que ousam duvidar, questionar ou criticar a sua presidência, ou mesmo que não mencionam suficientemente o seu nome nos artigos que escrevem sobre a UE.

Muitos eurocratas estão profundamente frustrados com o papel de burocratas a que têm sido confinados tanto pelas regras internas de funcionamento da Comissão, como pela resistência das suas estruturas dirigentes ao desenvolvimento de ideias. Eu sei que é irrisório regressar sistematicamente ao passado, mas os funcionários dos anos 1980 e 1990 lembram com nostalgia o hábito que Jacques Delors tinha de entrar regularmente nos diferentes serviços da Comissão, reunir os funcionários que considerava qualificados (independentemente das hierarquias) e reflectir com eles sobre os problemas do momento. Eram verdadeiros “brain stormings” em que a inteligência e os talentos eram solicitados. Não foi por acaso que esta foi uma das épocas mais férteis da construção europeia...

É de esperar que Barroso abandone rapidamente a sua aversão ao risco e se disponha a ir muito além da simples gestão burocrática das circunstâncias. Caso contrário ameaça a sua instituição e, mais ainda, o projecto europeu.

Está na hora de começarmos a perceber porque é que Barroso quis abandonar o governo português para presidir à Comissão Europeia...

44 comentários:

Augusto Küttner de Magalhães disse...

Cara Isabel

Antes de tudo quero felicita-la por tudo o que tem escrito e por este artigo em particular.

Nota 20! Esplêndido!
Penso que Durão Barroso foi para onde já estava por não haver vontade de encontrar alguém “capaz”., não pode ser por ser português que tem que ser bom.
Sendo que temos tantos portugueses que são mesmo bons no que fazem, tantos, mesmo muitos. Este não é o caso, nem nunca será! E é pena!!!!


Parabéns pelo que escreveu.

Um abraço do

Augusto

Anónimo disse...

"O problema está em que Barroso, e os seus próximos, parecem ter horror do debate e da criatividade."

O problema é que Barroso está no lugar onde está exactamente por ser assim.

O debate europeu ou é cuidadosamente controlado ou acabará por descambar em criticas perigosas ao chamado projecto europeu.

Quanto à criatividade esta só deve ser expressa depois de se ter a certeza que não vai contra a criatividade de Sarcozys e outros.

O Prodi até era criativo e tentou deixar uma marca na Europa. Claro que ficou rapidamente a falar sozinho.

A.Küttner disse...

Caro Sr. Raio

Que o meu amigo é contra todo este projecto, já entendemos, sendo que estando ainda o mesmo vivo, e não havendo alternativas - a não ser tudo à pancada !!!!, e é feio- talvez fosse de se tentar ver tudo de forma mais positiva!!

Sabemos o peso da França, da Alemanha do RU, mas, mesmo assim.
Agora o Durão, me parece que consegue gerir tudo o que está gerido. Tal como aqueles vendedores que vendem o qee já está vendido....isto não é politicamente correcto!!!!Mas...é o que penso...e acredito na UE!!

um abraço

Isabel Arriaga e Cunha disse...

Caro Augusto

Duas vezes Obrigada!

Primeiro pelo seu encorajamento, que muito aprecio e me motiva. E segundo pela paciência com que vai discutindo com o Raio, que não tem emenda.

O problema do Raio é que toma a árvore pela floresta, só vê os defeitos e não consegue olhar para a construção europeia numa perspectiva histórica. Pode ser que com a sua paciência o consiga fazer mudar de ideias...

E sim, em resposta à sua pergunta, há mais gente a ler este blog e, suponho, os vossos comentários.

Um abraço,
iac

Anónimo disse...

Meus caros,

Isto é complicado!

Primeiro eu não sou contra uma possível unidade europeia. E posso prova-lo.

Tive o meu primeiro automóvel pouco antes do 25 de Abril e consegui arranjar um autocolante que alguns carros ostentavam, com as bandeiras da Europs e as letras EU (Europa Unida). Na altura esse autocolante chegou a ser referido na Assembleia Nacional, creio que pelo deputado Casal Ribeiro que chamou a atenção à falta de patriotismo que o ele mostrava. E, todos sabemos o risco que representava na altura este tipo de acusações.

Se se tivesse feito um referendo para a adesão à CEE eu provavelmente teria votado "Sim".

Só que depois li muito sobre o chammado projecto europeu e, por razões profissionais, cheguei a envolver-me com a burocracia de Bruxelas.

Para já, chocou-me o baixo nível intelectual de muitos dos funcionários que comem na gamela de Bruxelas (como disse a nossa eurodeputada). Chocou-me também o fanatismo de muitos. Fizeram-me recordar tempos passados que eu pensava já estarem ultrapassados há muito.

Depois, ao fim de muito pouco tempo percebi que o projecto europeu nunca funcionará a favor dos cidadãos. O projecto europeu é confusão, ineficiência e um método de muitos encherem os bolsos, nada mais.

E digo isto há muitos anos. O que está a acontecer actualmente é o que eu dizia que ía acontecer logo a seguir ao Tratado de Maastricht.

"Que o meu amigo é contra todo este projecto, já entendemos, sendo que estando ainda o mesmo vivo"

??? O projectopode ainfa estar vivo mas, na minha opinião está moribundo. O erro que foi a recusa de referendos para o Tratado de Lisboa foi fatal para o projecto, Mais do que o eventual chumbo do tratado nalguns referendos.

"e não havendo alternativas - a não ser tudo à pancada !!!!"

??? Esta eu não entendo. Em política há sempre alternativas. Só as ditaduras é que nos impingem que não há alternativas.

No tempo de Salazar havia um slogan muito interessante, "Portugal não se discute!.
Agora o que vai na mente dos eurofanáticos que nos governam é "a Europa não se discute"

Quanto a andar tudo à pancada, francamente, não faço uma ideia assim tão negativa da Europa e dos seus povos.

"e acredito na UE!!"

E aqui é que está a raíz do problema e as bases do nosso desentendimento.

Eu olho para a UE de uma forma lógica e racional e chego à conclusão de que o caminho a seguir vai conduzir-nos ao abismo, enquanto que o meu caro amigo olha para a UE e faz uma análise mistica... quem ama o feio bonito lhe parece...

O problema tem de ser visto de otra forma:

Politica Agricola Comum, funcionou? Não, para nós, pelo menos, foi um desastre.

Politica Comum das Pescas, funcionou? Não, para nós, pelo menos, foi um desastre.

Mercado Único, funcionou? Não, para nós, pelo menos, foi um desastre.

Euro, funcionou? Não, para nós, pelo menos, foi um desastre.

etc.

E é isto que temos de analisar. Ou então estamos a assumir a responsabilidade de destruir o nosso futuro, o nosso, o dos nossos filhos e o dos nossos netos.

"o Raio, que não tem emenda"

??? Eu só procuro respostas a problemas concretos. Mas ler frases do tipo "acredito na UE", não é uma resposta.

"O problema do Raio é que toma a árvore pela floresta, só vê os defeitos e não consegue olhar para a construção europeia numa perspectiva histórica. "

Não, eu não tomo a árvore pela floresta, o que me acontece é que a floresta não me impede de ver as árvores. Por muito atraente que possa ser a união da Europa, é necessário analisa-la em concreto, como é que está a ser feita, o que é que isso nos custa e onde nos conduz e, por mais atraente que seja a floresta vista de linge, quando nos aproximamos vemos que as árvores estão doentes, muito doentes.

Aproveito para também dar os parabéns à autora do blog pois tem as suas ideias que não coincidem com as minhas mas também tem a coragem de admitir a contestação a essas ideias o que até nem é muito frequente.

Um abraço

Augusto Küttner de Magalhães disse...

Cara Isabel

Antes de mais obrigado pelas suas amáveis palavras.

E como é mais que evidente a Isabel sabe do que está a falar, e fá-lo com princípio meio e fim.

Segundo, entra e muito bem pela via construtiva, dado que desfazer é tão mais fácil que construir.
E aprendi, com a Isabel as capacidades do Presidente Europeu! Achei que não tinha, e face O QUE LI DA ISABEL, MUDEI DE OPINIÃO, POSITIVAMENTE!

Quanto a este blog, é muito bom, logo vale "estar com a Isabel, aqui em sua casa".

Força, força, continue!!!!

um forte amigo abraço do

Augusto

A.Küttner disse...

Caro Raio

Primeiro, este blog é muito bom.
Segundo a Isabel fundamente bem o que refere.Sabe!
Terceiro, o senhor Raio, é contra a U.E.
Quanto aos dois primeiros pontos, vale vir aqui, eu aprendo com a Isabel, logo gosto de vir aqui, aprender.

Quanto ao terceiro:

- Como não quero que me diga que o ataco, tenho problemas em lhe responder, mas vou delicadamente tentar.

Felizmente o tempo do Salazar e de Marcelo Caetano é passado. Apesar de muitos quererem voltar a trás! Ao Escudo, à bandeira, ao hino, etc!!
Em toda a Historia da Europa, se tem visto que com a vontade de Unir se anda à pancada!!!
I guerra Mundial, II Guerra Mundial, para não ir mais para trás!!!
Desta vez ainda não fomos por aí.
O centro da Europa, é muito atrito a criar Guerras, e vemos o que aconteceu com a Polónia, Áustria, Hungria e agora Kosovo. E não só!

Quando há Poder, há corrupção!

Quando há Poder, gosta-se de ser mandão.

Quando há Poder, gosta-se de ser Importante.
Cá, lá, onde quer que seja!

É pena mas é uma característica humana!!!

Se se disser que tudo o que é o cerne de uma U.E está mal, o Euro, o PEC, o Tratado de Lisboa, etc, etc. Vamos andar 50 anos para trás e começar do zero. Como isso é impossível, e porventura ainda seria pior temos que ir em frente com o que temos hoje!!!!!

Já agora, aqui neste nosso quintal, temos umas quantas pessoas com ódios de estimação ao actual PM, e qual a alternativa = hoje???

Abraço

Anónimo disse...

Meu caro,

"Primeiro, este blog é muito bom."

Concordo. E concordo apesar de uma forma geral discordar do que a Isabel escreve. Mas tenho a insenção suficiente para saber avaliar a qualidade independentemente das minhas opiniões políticas.

"Terceiro, o senhor Raio, é contra a U.E."

Sou visceralmente contra todos os processos antidemocráticos.

"Como não quero que me diga que o ataco, tenho problemas em lhe responder"

Pode atacar à vontade, não fico ofendido.

"Felizmente o tempo do Salazar e de Marcelo Caetano é passado."

Sim, é passado. Mas podem voltar, não na mesma forma, claro, mas que podem podem.
Compete-nos a todos ser vigilantes para eles não voltarem.
E, muito do que está a acontecer no processo de integração europeia tem alguns tiques daqueles tempos.

"Apesar de muitos quererem voltar a trás! Ao Escudo, à bandeira, ao hino, etc!!"

My God, que grande confusão que vai para aí?

O que é que o Escudo, a bandeira e o hino têm a ver com a ditadura de Salazar e Marcelo?

"O centro da Europa, é muito atrito a criar Guerras, e vemos o que aconteceu com a Polónia, Áustria, Hungria e agora Kosovo. E não só!"

E o que é que nós temos a ver com isso? Será que temos de sacrificar o nosso futuro por o centro da Europa ser instável?

"Quando há Poder, há corrupção!

Quando há Poder, gosta-se de ser mandão.

Quando há Poder, gosta-se de ser Importante.
Cá, lá, onde quer que seja!"

Concordo. A Comissão Europeia, por exemplo, é um bom exemplo.

"Se se disser que tudo o que é o cerne de uma U.E está mal, o Euro, o PEC, o Tratado de Lisboa, etc, etc. Vamos andar 50 anos para trás e começar do zero."

E se tudo estiver realmente mal? Persistimos no erro só por teimosia? Só por não termos a coragem de admitir que nos enganamos?

Bom, admita-se ou não o erro, nunca se anda para trás, corrigir erros é sempre andar para a frente!, persistir nos erro é que é andar para trás.

Quanto a eu ser negativista, recomendo a leitura de uma crónica que o Prof. João Ferreira do Amaral, professor catedrático do ISE publicou no site da Rádio Renascença, http://www.rr.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=101&did=90457.

Só para se ver que não estou tão isolado assim.

Um abraço

A.Küttner disse...

Caro Raio

Claro que não estão isolado.
Claro que muitos ainda apostam no nacionalismo.

A.Küttner

Anónimo disse...

Caro A.Küttner,

"Claro que muitos ainda apostam no nacionalismo."

Curioso reconheceres isto.
Desde há muito tempo que a UE tenta apostar no nacionalismo europeu mas, tem falhado redondamente.
É mesmo um dos pontos em que o projecto europeu mais tem falhado.

Por toda a Europa há muitos capazes de darem a vida pelo que consideram ser o seu país (veja-se, por exemplo, os bascos da ETA) mas, dou um doce a quem me descobrir alguém capaz de dar a vida pela Europa...

Um abraço

akm disse...

Caro Raio


Não entendi onde quer chegar, mas a sua aposta é no nacionalismo, no individualismo, nunca na União!!!
AKM

Anónimo disse...

Caro akm,

"a sua aposta é no nacionalismo, no individualismo, nunca na União!!!"

??? Eu coloco só um problema, a União Europeia, como está e com o caminho que está a seguir, explora-nos, prejudica-nos e vai a caminho do desastre.

Combatê-la é uma medida de autodefesa legitima.

Isto não é ser contra qualquer tipo de união. Antes pelo contrário, quem é a favor da união da Europa tem de ser contra esta União Europeia por muitas razões.

Seria fastidioso enumera-las todas, portanto vou só referir uma e uma muito importante.

Esta UE não é democrática e não penetrou nos corações dos cidadãos europeus. Muito pouca gente lhe liga e, se desaparecesse, a grande maioria das pessoas que se preocupariam seriam as que teriam medo das consequências do desaparecimento sobre o seu nível de vida.

É que Jean Monet, Salter e outros, com os seus planos de construção do super-potência europeia esqueceram-se de uma pequena coisa, das pessoas, das centenas de cidadãos das diversas nações europeias.

A ideia de começar a integrar as economias sem dizer qual o objectivo final para não assustar as pessoas, de forma que quando estas reparassem, a integração já fosse de tal ordem que não fosse possível desfazer o nível atingido é uma boa ideia, mas é uma ideia que só pode surgir de uma mente sem preocupações democráticas como a de Jean Monet e outros "founding fathers" europeus.

É que se há 50 anos tivessemos começado pela aproximação e integração cultural dos povos da Europa, agora, duas gerações depois, seriam estes mesmos povos a exigir a integração económica.

E teriamos uma União sólida e durável e não este monstro burocrático em agonia.

Um abraço

A.Küttner disse...

Olhar para 50 anos antes, já deu. Ou olhamos para hoje, ou não olhamos para sitio nenhum....

Anónimo disse...

Meu Caro,

É necessário olhar para ontem, para hoje e para amanhã.

Olhar para ontem para percebermos os erros que cometemos e nos causaram os problemas de hoje de forma a, no futuro, deixar estes problemas para trás.

Cometer erros é compreensível, só não erra quem não faz nada, mas não aprender com eles é que já não é compreensível.

Um abraço,

a.küttner disse...

Caro Raio

É isso que faz?

Augusto Küttner de Magalhães disse...

Isabel

Tenho lido com muita atenção e muito gosto, tudo o que tem continuado, muito necessariamente a escrever no Público.

Obrigado, pelo que escreve.

um abraço

Augusto

Anónimo disse...

"É isso que faz?"

Sempre fiz.

E é por isso que se se tivesse feito um referendo para Portugal entrar na CEE teria provavelmente votado "Sim", mas agora se se fizesse algum referendo, votaria "Não".

A.Küttner disse...

Sr. Raio

Não o entendo!!!

Anónimo disse...

"Não o entendo!!!"

Simples...

Eu sempre fui favorável a uma certa unidade europeia e, na minha inocência, pensei que os que estavam a construir a CEE eram honestos e bem intencionados.

Assim, levado pela propaganda da altura, se tivesse havido um referendo no fim da década de oitenta para a entrada na CEE, teria votado provavelmente "Sim".

Só que depois percebi o inferno em que nos tinham metido. Claro que me fui informando e o que fui descobrindo ia-me deixando cada vez mais horrorizado.

É que qualquer apoiante bem intencionado tem de começar por ser contra este monstro burocrático que nos domina a partir de Bruxelas pois, não duvido, de que a actual UE está a entrar em decomposição e a sua queda mandará qualquer projecto decente e coerente para as calendas gregas,

Capice?

AKM disse...

Sr. Raio

Como é evidente, vai ser a ultima vez que lhe vou responder.

O sr.Raio de forma alguma está interessado em alternativas, vamos numa de desfazer o tremendamete horrendo que uns imbecis fizeram, vamos acabar com o progresso, vamos retroceder 65 anos e depois fazemos tudo de novo.

NÃO SE DÊ AO TRABALHO DE RESPONDER!
OBRIGADO!
Assim não vale a pena!!! um abraço até sempre

AUGUSTO KÜTTNER DE MAGALHÃES

Anónimo disse...

Caro Augusto,

"Como é evidente, vai ser a ultima vez que lhe vou responder"

Não, não é evidente... para adepto fervoroso da UE até já me respondeu muitas vezes, embora tenha passado por cima da matéria de fracto...

Normalmente os AFUE (Adeptos Fervorosos da UE) não se dignam a responder a criticas, por mais lógicas e solidamente fundamentadas que sejam, pudera, o edifício tem pés de barro e eles, conscientemente ou inconscientemente, sabem-no.

"O sr.Raio de forma alguma está interessado em alternativas"


???? Não estou? Erro, erro crasso, claro que estou interessado em alternativas, mais como acho que o caminho actual leva-nos ao abismo, o que eu mais quero é alternativas. Só que continuar e reforçar o caminho que tem vindo a ser seguido não é alternativa!

"vamos numa de desfazer o tremendamete horrendo que uns imbecis fizeram, vamos acabar com o progresso, vamos retroceder 65 anos e depois fazemos tudo de novo."

O problema tem de ser visto de outra forma, a situação actual é boa? As perspectivas são boas?
Creio que a situação actual não é boa e as perspectivas ainda são piores, para Portugal e para a Europa que, desde que começou esta mania da unificação tem vindo a perder peso no Mundo.
Assim, o progresso é alterar a situação actual com o mínimo de custos e o máximo de efeitos, efeitos positivos, claro.

É impossível retroceder, a História nunca anda para trás! O que é necessário fazer é estudar a situação actual e o processo histórico que a originou para saltarmos para uma situação nova e que evite os erros cometidos.

"NÃO SE DÊ AO TRABALHO DE RESPONDER!
OBRIGADO!"

My God!!! Incomodo assim tanto?

Confesso que o grupo de pessoas de que o meu caro amigo faz parte, as que raramente se enganam e nunca têm dúvidas, me horroriza.

Eu engano-me muitas vezes e tenho montões de dúvidas e, é por isso que gosto de entrar nestes debates.

Ajudam-me a esclarecer a minha mente e, em última análise, a progredir.

As pessoas que fogem do debate como o diabo da cruz espantam-me e, na minha modesta opinião são uns dos causadores da situação em que nos encontramos.

"Assim não vale a pena!!!"

Vale tudo a pena quando a alma não é pequena...



"até sempre"

Talvez nos encontremos no meio do caos que se avizinha e, nessa altura, espero que tenha a ombridade de reconhecer que se enganou.

Um abraço e vamos andando por aí,

akm disse...

Bem!!!!

Afinal vou responder!

1 - engano-me tantas tantas vezes, que já lhes perdi a conta!

2 - certezas absolutas na m/ cabeça = zero

3 - alternativas ao estado actual = zero.

Posto isto

A - penso que andar para trás, já deu.

B - regime, DEMOCRACIA

C - sistema capitalista, sem valer tudo, como está a acontecer!

LOGO

- AGARRAR NO QUE TEMOS, COMO TEMOS E APERFEIÇOAR!

AKM

Anónimo disse...

Caro akm,

"1 - engano-me tantas tantas vezes, que já lhes perdi a conta!"

Um ponto muito positivo a seu respeito. Está a subir na minha consideração.

"2 - certezas absolutas na m/ cabeça = zero"

Idem

"3 - alternativas ao estado actual = zero."

Há sempre alternativas ao estado actual. O Mundo não para!

Isto lembra-me o Judice (o advogado) que aqui há umas dezenas de anos disse na TV que não havia alternativas para Portugal nos dez anos seguintes que não passassem por Sá Carneiro.

Umas duas semanas depois Sá Carneiro morria...

"A - penso que andar para trás, já deu."

Aqui o problema é o que se entende por andar para trás. Eu acho que persistir nesta UE que já mostrou que não funciona no interesse dos povos da Europa e que não é democrática é que é andar para trás. Alterar a situação no interesse dos povos da Europa é andar para a frente!

"B - regime, DEMOCRACIA"

Concordo. Mas como é que o meu caro amigo tem esta opinião e depois apoia regimes autocráticos como os da UE?

"C - sistema capitalista, sem valer tudo, como está a acontecer!"

??? Esta UE foi feita para valer tudo! Se se tentasse mudar a UE noutro sentido seriam as próprias forças que actualmente apostam nela que a destruiriam!

" AGARRAR NO QUE TEMOS, COMO TEMOS E APERFEIÇOAR!"

Lá diz o ditado “o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita”... é o caso da UE, formada por autocratas que desprezavam a democracia e que resolveram formar uma entidade politica monstruosa totalmente nas costas dos cidadãos, sem estes repararem para que quando acordassem já fosse tarde demais.

Ora, nunca é tarde demais para corrigir erros, antes pelo contrário. Ou corrigimos os erros ou eles nos destroem.

Mas, como hipótese de trabalho, gostaria que o meu caro amigo me respondesse às perguntas que fiz e que ficaram sem resposta:

A situação actual é boa?

As perspectivas são boas?

Isto quer para Portugal quer para a própria Europa.

Um abraço,

A. Küttner disse...

Situação actual = péssima!
Perspectivas = péssimas!

Para todos!
Não tenho duvidas!

Mas chegamos aqui pelo egocentrismo das Pessoas, pelo egoísmo de todos, pelo ter sem ser!

Mas isto vem do inicio do século passado, as guerras é que atenuaram….

Mas como e ainda bem, não veio guerra p+ara nos estragar as vidas,. As famílias…
Agora, não podemos partir tudo em cacos ou recuar à estaca zero.

Ou seja não vamos inventar um guerra!!!!

Deste momentum em que estamos, vamos em frente. E pensemos em mais ser do que ter!

A. Küttner disse...

Situação actual = péssima!
Perspectivas = péssimas!

Para todos!
Não tenho duvidas!

Mas chegamos aqui pelo egocentrismo das Pessoas, pelo egoísmo de todos, pelo ter sem ser!

Mas isto vem do inicio do século passado, as guerras é que atenuaram….

Mas como e ainda bem, não veio guerra p+ara nos estragar as vidas,. As famílias…
Agora, não podemos partir tudo em cacos ou recuar à estaca zero.

Ou seja não vamos inventar um guerra!!!!

Deste momentum em que estamos, vamos em frente. E pensemos em mais ser do que ter!

Anónimo disse...

"Situação actual = péssima!
Perspectivas = péssimas!"


Concordamos!
Mas não devemos ser derrotistas. Se a situação actual é péssima e as perspectivas também, devemos lutar para alterar a situação actual.

"Mas chegamos aqui pelo egocentrismo das Pessoas, pelo egoísmo de todos, pelo ter sem ser!"


Discordo, chegamoa aqui porque tomamos decisões erradas. Eu não sou derrotista, não considero, como o meu amigo, que não há remédio, as pessoas são más, ponto final, não há nada a fazer. Não me diga que está com saudades do bom selvagem de Rousseau?
É que há muito a fazer, analisar a situação, detectar o que está mal, detectar as decisões erradas e, claro, corrigi-las.

"Mas isto vem do inicio do século passado, as guerras é que atenuaram…."

???? as pessoas no início do Século passado eram egocentricas? E antes, não eram?

"Mas como e ainda bem, não veio guerra p+ara nos estragar as vidas,"

Erro, erro craso! A guerra está sempre pela frente, a melhor forma de a apressar á partir do princípio de que ela é impossível.
O Mundo teve 50 anos de estabilidade excepcional, só com uma ou outra guerra localizada (Coreia, Vietname, India/Paquistão, Angola, etc.). Isto nunca tinha acontecido. Foi o período conhecido como guerra fria

Grande parte desta paz foi devida à NATO e ao Pacto de Varsóvia que deviam ter recebido um Nobel da Paz em conjunto.

Logo que o Pacto de Varsóvia desapareceu recomeçou a guerra na Europa (Juguslávia). Não duvido de que se tivesse sido a NATO a desaparecer também teriam surgido guerras, provavelmente noutro sítio.

E, note-se, na situação actual com uma União Europeia a cilindrar os cidadãos, a passar por cima dos seus sentimentos nacionais e, pior, a explora-los, a reduzir o seu nível de vida e a potenciar o surgimento de movimentos e partidos da extrema direita, o perigo de guerra é real. Isto na frente interna.
Mas, na frente externa o perigo também é real com uma África imensa a Sul, África esta com muitos problemas, alguns internos, outros externos como a PAC.

"Agora, não podemos partir tudo em cacos ou recuar à estaca zero."

Why not? Se as coisas estão mal e se não se conseguirem corrigir, onde é que está o problema?

A. Küttner disse...

Não entendo como fazivelmente se pode partir hoje do zero!
Só escapava a NATO? Que deixou de fazer a defesa do Atlantico Norte para estar no Afeganistão!!???

Penso com toda a possibilidade de erro, que tenho, que devemos partir do MAU PONTO EM QUE ESTAMOS, para um amanhã, amanhã 3 de Março de 2010 melhor, sem partir nada.
Renovar a ONU, dentro da ONU acabar com a UNESCO, deixar entrar decisivamente o BRASIL.

Encontrar menos dependencias do petroleo. Fazer ver a todos que sendo o dinheiro muito necessario, não é o unico objectivo das nossas vidas.

Passar educação, instrução, respeito, valores, deveres e direitos.

E tentar dar um passo ao tamanho da perna, JÀ!

Anónimo disse...

Caro akm,

"Não entendo como fazivelmente se pode partir hoje do zero!"

???? Nunca se parte do zero. Mesmo cometendo erros e anulando o que foi feito, o recomeço é diferente pois temos experiência dos erros cometidos.

"Só escapava a NATO? Que deixou de fazer a defesa do Atlantico Norte para estar no Afeganistão!!???"


???? Eu disse alguma vez isso?


"Penso com toda a possibilidade de erro, que tenho, que devemos partir do MAU PONTO EM QUE ESTAMOS, para um amanhã, amanhã 3 de Março de 2010 melhor, sem partir nada."

Se as coisas vão mal é necessário partir alguma coisa, não acha?


"Renovar a ONU, dentro da ONU acabar com a UNESCO, deixar entrar decisivamente o BRASIL."

Qual o mal da Unesco? Claro que a ONU tem de ser reformada. Mas isso é outra conversa.

"Encontrar menos dependencias do petroleo."

??? Meu Deus! Como o meu caro amigo é tão políticamente correcto! O petróleo está muito longe de estar esgotado. Pode é acabar o petróleo fácil de extrair como o da Arábia Saudita, Iraque ou Líbia. Mas petróleo há muito. As alternativas devem ser exploradas se forem económicamente rentáveis, nada mais.



Fazer ver a todos que sendo o dinheiro muito necessario, não é o unico objectivo das nossas vidas."

???? Sim? e depois? O que é que isto tem a ver com o que estavamos a discutir?

"Passar educação, instrução, respeito, valores, deveres e direitos."

Estou baralhado com estas filosofias baratas. Onde é que quer chegar?

"E tentar dar um passo ao tamanho da perna, JÀ!"

Percebo, está a fugir aos assuntos que interessam...

Um abraço

akm disse...

Não estou a fugir a nada!

Como sabe, temos que passar a juntar um pouco de cultura, de filosofia, à ciência.

Não está aqui unicamente em causa a UE estamos todos nós, que estamos a não saber como viver neste desatino. Todos!
E aí é que temos que arranjar alguas referencias, alguns valores!
Caso contrario é tudo muito volatil.

Carissimo, petroleo existe mas há quem faça chantagem com o seu valor, logo se soubermos ser mais diversificados, mais auto-suficientes!!!!!

akm disse...

Não estou a fugir a nada!

Como sabe, temos que passar a juntar um pouco de cultura, de filosofia, à ciência.

Não está aqui unicamente em causa a UE estamos todos nós, que estamos a não saber como viver neste desatino. Todos!
E aí é que temos que arranjar alguas referencias, alguns valores!
Caso contrario é tudo muito volatil.

Carissimo, petroleo existe mas há quem faça chantagem com o seu valor, logo se soubermos ser mais diversificados, mais auto-suficientes!!!!!

akm disse...

Alargar a nossa mente para além do que achamos ser o que está sempre e só correcto é uma virtude.
Sem ter que perder o pé!!!

akm disse...

Alargar a nossa mente para além do que achamos ser o que está sempre e só correcto é uma virtude.
Sem ter que perder o pé!!!

akm disse...

Alargar a nossa mente para além do que achamos ser o que está sempre e só correcto é uma virtude.
Sem ter que perder o pé!!!

Anónimo disse...

"Não estou a fugir a nada!"

Não? Mas parece...

Nunca responde ao concreto...

"Como sabe, temos que passar a juntar um pouco de cultura, de filosofia, à ciência."

Claro, claro.

E nunca devemos esquecer o método científico, elaborar teorias, fazer previsões com base nestas teorias e, face ao que acontece, aceitar, alterar ou mesmo rejeitar as teorias.

"Não está aqui unicamente em causa a UE estamos todos nós, que estamos a não saber como viver neste desatino. Todos! "

Infelizmente a UE é de tal forma determinante nas nossas vidas que tudo passa por ela.

"Carissimo, petroleo existe mas há quem faça chantagem com o seu valor, logo se soubermos ser mais diversificados, mais auto-suficientes!!!!!"

Concordo. Mas não devemos sacrificar tudo à tal auto-suficiência.

a. küttner disse...

Não se trate de modo algum de sacrificar tudo à auto-suficiência!

o vento é gratis, a água que corre rio abaixo para o oceano é gratis.
Logo?

O petroleo vem a subir, como sabe, a gasoiona logo sobe!! E, quais as alternativas?

Sair da UE e do Euro?????

Anónimo disse...

"o vento é gratis, a água que corre rio abaixo para o oceano é gratis.
Logo?"

E o petróleo também é gratis. Encontra-se no subsolo à espera que o vamos lá buscar. O que custa dinheiro é tira-lo de lá transforma-lo.

O mesmo com o vento, a água que corre, o sol, etc. O que custa dinheiro é transforma-los em electricidade e leva-los ao consumidor.

O problema é que é mais barato, muito mais barato as centrais a combustíveis fósseis (ver, por exemplo http://a-ciencia-nao-e-neutra.blogspot.com/2009/09/nocoes-basicas-sobre-economia-da.html).

"O petroleo vem a subir, como sabe, a gasoiona logo sobe!! E, quais as alternativas?"

Mesmo assim ainda estão baratas. e Enquanto o estiverem é de aproveitar.

De notar que grande parte da subida dos combustíveis fósseis é devida à especulação.


"Sair da UE e do Euro?????"

Lá voltou o disparate. Eu alguma vez disse ou sequer sugeri que o remádio para a subida dos custos da energia era este?

Um abraço

akm disse...

Ressalvando "lá vem o disparate", acho que água e vento ainda existe em todo o lado, petroleo nem por isso.

Logo a diferença!!!!Obvia....

AKM

akm disse...

Ressalvando "lá vem o disparate", acho que água e vento ainda existe em todo o lado, petroleo nem por isso.

Logo a diferença!!!!Obvia....

AKM

Anónimo disse...

Lamento que não tenha percebido o meu argumento.

Explico melhor, o petróleo, tal como o sol, o vento ou a água corrente está disponível em muito lado. O custo não é a fonte primária, o petróleo, vento, etc., o que custa é extrai-los e transforma-los de forma a puderem ser utilizados como fonte de energia.

Os outros factores que influem no preço são factores do mercado, movimentos especulativos, etc.

Um abraço,

akm disse...

Claro que em tudo há o intermediario que nada produz e mais ganha, e nada tem a ver com a UE!
Mas água e vento existe em todo o lado, petroleo só em algumas partes do globo.

Anónimo disse...

"Claro que em tudo há o intermediario que nada produz e mais ganha"

Neste caso o problema não está no intermediário, está no próprio processo produtivo, extrair petróleo ou refina-lo são fases do processo produtivo, fases caras e trabalhosas, tal como transformar o vento em electricidde.

"e nada tem a ver com a UE!"

À partida é assim. Mas a UE, na sua ânsia de protagonismo, meteu-se no assunto e, como já é habitual fez uma data de disparates que nos estão a sair caso.

Um abraço,

akm disse...

Não ! As trapalhadas aparecem não por ser UE, mas por que nós seres humanos de quando em vez, seja em que circunstancias for, fazemos muitos disparates, fazemos tudo ao contrario!!! Somos muito aparavalhados, isso aprende-se no dia a dia, na história, as depois esquece-se e batemos no mesmo.....com ou sem UE...

Anónimo disse...

"nós seres humanos de quando em vez, seja em que circunstancias for, fazemos muitos disparates, fazemos tudo ao contrario!!! "

Acho este tipo de discurso vazio e demagógico.

Fazemos disparates? Claro, só quem não faz nada é que não faz disparates.

É chocante fazer afirmações deste tipo. Será que estão no código genético do bom cidadão europeu? Será por isto que ele não confia na democracia e aspira submeter-se a uma entidade não democrática que o controle?

Bom, isto lembra-me o Irão em que existe um Guia Supremo da Revolução que está acima da democracia e que tem poderes para tudo.

akm disse...

Sr. Raio

De facto a sua imaginação com base no que quer fazer entender que os outros dizem o que não disseram é excelente!

abraço