Nova reviravolta na saga dos nacionalistas no Parlamento Europeu: afinal o grupo de extrema-direita ITS desfez-se mesmo, por falta de quorum. A dissolução, anunciada hoje em sessão plenária do PE, em Estrasburgo, foi largamente aplaudida pelos deputados da generalidade das outras famílias políticas.
A zanga entre os 23 membros do grupo não se limitou à disputa entre os cinco membros do partido da Grande Roménia e a italiana Alessandra Mussolini a propósito dos romenos de origem cigana em Itália. Pelos vistos, o ambiente interno não era dos melhores: os romenos afirmam que nunca se sentiram bem no grupo, quanto mais não seja porque são contra quaisquer alterações de fronteiras, quando os belgas flamengos do Vlaams Belang são defensores acérrimos da independência da Flandres e consequente desaparecimento da Bélgica.
Bruno Gollnisch, o presidente do Grupo ITS deu tudo por tudo nos últimos dias para manter os cinco romenos e garantir assim o número mínimo de deputados exigido para a continuação do grupo (20). Sem sucesso: os cinco insistiram em sair, mesmo depois de Alessandra Mussolini ter anunciado na segunda-feira que se retirava. Gollnisch acusa agora os romenos de ter provocado toda a polémica para reforçar a sua posição na perspectiva das eleições europeias previstas no país na próxima semana.
Na terça-feira à noite, Jean-Marie Le Pen, presidente da Frente Nacional francesa, já se tinha irritado contra os seus parceiros de grupo, acusando-os de “falta de lealdade”. Por sua vez o austríaco Hans-Peter Martin acusou Le Pen de lhe ter feito um manguito. Isto, ao microfone do hemiciclo, segundo conta a agência AFP.
O desaparecimento do grupo ITS diminuirá os apoios, nomeadamente financeiros, a que os seus membros tinham direito, em conjunto com uma parte do seu tempo de palavra nas sessões plenárias.
“A internacional dos ultranacionalistas deixou de existir e já não poderá utilizar o dinheiro dos contribuintes europeus para as suas campanhas xenófobas e neo-fascistas”, congratulou-se o presidente do grupo socialista, o alemão Martin Schulz.
Para o chefe dos liberais, o britânico Graham Watson, a implosão do grupo ITS “é o resultado da sua própria filosofia que coloca todos os estrangeiros num molde único e encoraja propósitos xenófobos e racistas que não têm lugar na União Europeia”. E conclui: “a ironia de ter sido um Mussolini a destruir a coerência do grupo de extrema-direita será notada por todos os europeus de Bucareste a Brindisi”.
1 comentário:
"“A internacional dos ultranacionalistas deixou de existir e já não poderá utilizar o dinheiro dos contribuintes europeus para as suas campanhas xenófobas e neo-fascistas”, congratulou-se o presidente do grupo socialista, o alemão Martin Schulz."
É inadmissível que alguém que consegue intitular-se democrata sem se rir, diga uma coisa destas.
Aproveito para dizer que me revolta senhores como este Martin Schulz andarem a viver à custa dos contribuintes europeus e andarem a gastar o nosso dinheiro em campanhas integracionistas e em bocas com a referida acima.
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