Os cinco eurodeputados do partido da Grande Roménia decidiram retirar-se do grupo parlamentar de extrema-direita do Parlamento Europeu - Identidade-Tradição-Soberania (ITS) -, devido aos insultos contra o seu país feitos pela sua colega italiana de bancada, Alessandra Mussolini (Obrigada Bernardo :-).
Desta forma, o grupo parlamentar de extrema-direita do PE que foi criado em Janeiro com 23 membros, deixa de ter o número mínimo de deputados para poder continuar a existir (20 deputados originários de cinco Estados membros). O que significa que terá de se desfazer, com tudo o que isso implica de perda de benefícios para os seus eleitos de partidos como o Front National francês, o Vlaams Belang belga ou o FPO austríaco.
Eis alguns extractos do comunicado de imprensa emitido esta tarde pelos deputados romenos do grupo ITS (tradução minha):
"A direcção do partido “Grande Roménia” tomou nota, com indignação, das declarações anti-romenas da deputada italiana Alessandra Mussolini. Entre os inúmeros insultos que esta pessoa dirigiu contra o povo romeno, há um publicado num jornal romeno de 2 de Novembro de 2007: ‘os romenos fizeram da infracção um modo de vida. No entanto, não se trata de delitos menores, mas de crimes horríveis, que gelam o sangue nas veias’. (...)
A inconsciência com a qual esta senhora faz generalizações, dando a entender que todos os romenos vivem como infractores e fazem crimes horríveis, lembra-nos o seu avô, o ditador fascista Benito Mussolini e o seu tio, Galeazzo Ciano, que provocaram graves feridas, ainda abertas, na história do nosso povo, das quais a pior foi o Diktat de Viena de 30 de Agosto de 1940.
Sabemos bem que ninguém deve ser admoestado pelo que os seus antepassados fizeram. Mas conhecemos a existência de um velho provérbio romeno que diz: ‘quem nasce de uma gata come ratos’. (...)
Em consequência, a direcção do partido “Grande Roménia” decidiu que a totalidade dos nossos cinco eurodeputados se retiram de imediato, em sinal de protesto, do grupo político Identidade-Tradição-Soberania (...).
Somos patriotas romenos e jamais permitiremos que alguém ofenda o nosso país. Ao mesmo tempo, o partido “Grande Roménia” reafirma a sua qualidade de partido de centro-esquerda e rejeita qualquer tentativa de recrudescência do fascismo na Europa Unida.
Lembramos a esta mulher abusiva que sem o nosso partido, o grupo ITS não poderia ter sido fundado (...). Com a saída dos cinco eurodeputados romenos, que voltam a ser independentes, o grupo Identidade-Tradição-Soberania desaparece.”
Não há, por enquanto, qualquer reacção de Alessandra Mussolini
24 comentários:
Cara IAC:
Porque surgem os nacionalistas?
Já há resposta para essa questão em Bruxelas?
(Dizer que o novo tratado não está em vigor e que isso é que motiva o aparecimento de grupos nacionalistas não vale...)
Deixar de ter um grupo parlamentar tem consequências dramáticas na capacidade de expressão.
As próprias regras do PE obrigando a um número minimo de deputados, segundo parece de seis países, ajuda a calar muita voz incómoda, de um lado ou de outro.
E isto, como disse, é muito grave pois grupos que não tenham capacidade legal para se exprimirem exprimem-se ilegalmente.
Na base disto tudo está a Itália ter aprovado legislações que permitem expulsão administrativa de cidadãos, mesmo da União Europeia.
Por mim que não só acho que deviamos sair da UE como também acho que a própria UE deveria acabar, pois mesmo que saíssemos da UE o ter aqui mesmo ao lado um vizinho com grande parte da Europa por detrás de nenhuma forma me socegava, acho muito encorajadoras estas confusões todas, desde o descalabro belga aé aos arrufos entre romenos e descendentes de Mussolini...
Ser nacionalista significa odiar outros nacionalistas. Eles apenas se unem por interesse em fortalecerem-se.
Então os nacionalistas romenos pelos vistos apoiam os seus ciganos. Caso estranho porque na Europa de leste, da Funlândia à Bulgaria, os ciganos são odiados e perseguidos, principalemnte pela extrema-direita.
Gostaria de saber qual é a posição destes nacionalistas em relação ao seus "irmãos" nacionalistas da Hungria.
A Hungria, país orgulhoso do seu passado como potencia desenvolvida, ocupava àreas que hoje pertencem à Eslováquia, Sérvia e Roménia.
Como a performance económica da Hungria nestes últimos anos não tem sido muito boa, isso tem-se traduzido num aumento do nacionalismo. Algo que o governo socialista magiar tenta esbater.
Os nacionalistas hungaros reivindicam os territórios que que hoje pertencem aos vizinhos.
Então:
Na Eslováquia - é quase todo o território deste país, o que faria que a Eslováquia deixasse de existir. Logicamente, isso provocou a chegada ao poder na Eslováquia de um 1º-ministro xenófobo, anti-judeu, anti-cigano e anti-hungaro. Ódios étnicos com ataques à minoria hungara na Eslovaquia acontecem frequentemente. A Eslováquia reformou o seu sistema fiscal, fazendo com que a economia crescesse 8% ao ano. Os húngaros estão cheios de inveja e os eslovacos zombam deles (são mongois, não são europeus).
As tenções étnicas são fortes aqui. Ameaças de exterminio étnico são frequentes entre estas populações.
2 - Roménia - quase toda a Transilvânia pertencia à Hungria. Há uma larga população de origem hungara (e alemã) na Roménia.
É normal que os nacionalistas destes 2 países se odeiem.
3 - Sérvia. Parte do norte da Sérvia pertencia à Hungria. Os Hungaros reivindicam-na. Os Sérvios dizem que não. Parece que houve massacres étnicos no tempo da 2ª guerra. Algo que os nacionalistas se lembram facilmente para invocar vingança, e já agora com muitas mortes.
Os Sérvios são o povo mais susceptível da Europa. Lembram-se da Jugoslávia?
Para além disso:
As tensões entre entre a Estónia/Letónia e a Russia
Os problemas entre polacos e alemães, com exigências de reparações pela 2ª guerra mndial, deslocações de fronteiras, limpezas étnicas, etc.
A questão da Macedónia
Problemas tenues entre a Bulgária e a Roménia e a Turquia
A questão de Chipre.
Ódios étnicos aos ciganos, da Finlândia à Bulgária; fortíssimos na Rep. Checa, Eslováquia, Hungria e Bulgária.
Ódio aos judeus, da Eslováquia às Rep. Bálticas.
Acham que a UE é um local estável e seguro? Europeu e civilizado?
"Acham que a UE é um local estável e seguro? Europeu e civilizado?"
Claro que não é.
E esqueceu-se de alguns problemas importantes, como por exemplo os bascos, catalães, galegos, etc.
E há outro de que nunca se fala, o enclave russo de Kaliningrad, entre a Polónia e a Lituania e sem ligação ao resto da Rússia.
Por fim há o problema das minorias russófonas nos países bálticos que são não cidadãos, com menos direitos do que os kurdos da Turquia que tanto preocupam a UE.
RAIO:
"""E esqueceu-se de alguns problemas importantes, como por exemplo os bascos, catalães, galegos, etc."""
E a cidade do porto. E a Madeira.
não esquecer...muito importante...
:-)
é curioso que só os nacionalistas reajam a este post...
Os nacionalistas sempre foram criações, pretensamente espontâneas, das sociedades capitalistas. Aparecem muito preocupados com os direitos dos seus concidadãos para mais à frente matar, trucidar e entregar a força de trabalho do povo a quem der mais dinheiro. Ou já se esqueceram das indemnizações de guerra pagas à Ford e Standard Oil quando as suas instalações na Alemanha Nazi foram bombardeadas pelos aliados?
Melhores que as indemnizaçoes à Ford na II Guerra, sao as indemnizaçoes que o Iraque está a pagar à Toys 'R' Us, Kentucky Fried Chicken e outras companhias americanas por "lucros cessantes". Esta é de vómitos. http://www.guardian.co.uk/Iraq/Story/0,2763,1328887,00.html
Desculpem la fugir ao tema mas nao resisti...
O relevante deste comunicado é a profissão de fé de tal partido como «centro-esquerda».
"O partido “Grande Roménia” reafirma a sua qualidade de partido de centro-esquerda e rejeita qualquer tentativa de recrudescência do fascismo na Europa Unida" ??
É um dos problemas da esquerda. Qualquer pessoa ou partido se pode, oportunisticamente, aproveitar dos ideais que representa para reclamar oposição ao 'bicho papão'. Mas foram ao engano, pergunto?
Era melhor que tivessem pensado antes de terem viabilizado a criação de tal grupo no PE. Afinal de contas, a senhora 'abusiva' já constava das fileiras. E não foi pouco o frenesim em torno da recém nascida família de extrema direita na assembleia da UE.
A propósito do comentário de João EUC, digo que a UE tem muito de Europeu, sim. É, sem dúvida, a Europa da diversidade, palco de diferenças e de potencial social, económico e cultural.
Segurança é que está quieto! Faltam valores - apesar da tão apregoada Europa de valores e de direitos - mas, mais importante, a meu ver, é a falta de vontade política em transformar esta Europa num sítio de oportunidades. A discriminação é um dos problemas mais agudos da UE hoje em dia. E se olharmos ao que dizem os especialistas, que garantem - e eu acredito - que a imigração é o maior desafio da UE nos próximos anos, então, não há melhorias à vista.
Parabéns pelo blog, Isabel, e pela qualidade do jornalismo que nos envia de Bruxelas.
"é curioso que só os nacionalistas reajam a este post..."
É curioso que haja quem ache que quem reagiu a este artigo é nacionalista...
"O partido “Grande Roménia” reafirma a sua qualidade de partido de centro-esquerda e rejeita qualquer tentativa de recrudescência do fascismo na Europa Unida" ??"
É normal os partidos de direita reclamarem-se de centro ou mesmo de centro esquerda. Só Paulo Portas é que se reclama de direita...
Mas acho espantoso que se encontre agora, aqui, em Portugal, do outro lado da Europa, uma data de gente a saber que o Partido da Grande Roménia é um partido de extrema direita! Quem é que antes tinha ouvido falar deste partido?
Só porque os euro qualquer coisa dizem que é de extrema direita, vai o rebanho todo atrás a fazer coro?
Eu, francamente, não faço a menor ideia de qual é a ideologia do Partido da Grande Roménia mas lembro que normalmente, quem desconfia da União Europeia é imediatamente crismado de um extremismo qualquer, de direita, de esquerda, nazi, anarquista, eu sei lá. Pessoa ou organização normal é que não pode ser.
"A discriminação é um dos problemas mais agudos da UE hoje em dia."
E vai continuar a ser...
O caminho que a UE está a seguir, o da integração uber alles, leva ao aumento da conflitualidade e, no fim, provavelmente à guerra.
Prozac,
"A propósito do comentário de João EUC, digo que a UE tem muito de Europeu, sim. É, sem dúvida, a Europa da diversidade, palco de diferenças e de potencial social, económico e cultural."
Não me expliquei bem. É uma contradição. As pessoas em Portugal associam a ideia de Europa a ser civilizado. Em parte é verdade, menos no que toca aos milhões de mortos que este continente civilizado já produziu.
E como o raio diz, a intergração forçada vai provocar o aumento dos conflitos étcinos (já visiveis).
Não sou nacionalista, muito menos xenófobo. Apenas defendo a saída de Portugal da UE, porque Portugal não tem interesse em pertencer à UE, como existem medidas discriminatórias para Portugal na UE.
Não tenho nada contra o facto de haverem europeus a viver em Portugal. Sobretudo se forem qualificados, muito podem contribuir para melhorar este país. Se Portugal tiver impostos e burocracia baixa para os negócios, a economia portuguesa pode melhorar muito. Assim sendo, atrai estrangeiros, que com uma política selectiva de imigração, baseada nas qualificações, poderão trazer know-how.
Se houver uma nova guerra na Europa e Portugal ficar de fora, é certo que Portugal vai encher-se de europeus.
Também não sdei qual é a verdadeira ideologia desse partido romeno.
joao euc:
Como todo o respeito pelo seu último comentário mas você ainda acredita no pai natal.
Portanto, com impostos baixos e burocracia baixa, os problemas resolvem-se com passes de mágica.
Santa ingenuidade.
Porque isso atrai estrangeiros (vá-se lá saber porquê), e com uma política selectiva de imigração( ou seja pretos da Guiné, não, mas ucranianos sim)poderão trazer know- how.
Tão simples.
O mundo seria de facto um lugar alegre se as coisas funcionassem desta forma mecanicista e ordenada.
Nexos de causalidade perfeitamente simétricos uns com os outros.
Tão bonito.
Vou já por uma bandeira de Portugal na janela.
""#$ disse:
"Portanto, com impostos baixos e burocracia baixa, os problemas resolvem-se com passes de mágica.
Santa ingenuidade."
Não, não é fácil, mas funcionava de certeza. O PSD de Durão Barroso, tinha prometido um choque fiscal. Ele referia-se ao IRC. Quando chegou ao poder disse que isso não iria ser possível. Foi impedido por Bruxelas. Mas acabou com o imposto de sucessão. Este imposto, baixo ou alto, não tem reflexos no investimento, logo deveria ser mantido alto - nos EUA e em muitos países liberais, o imposto de sucessão é altíssimo.
O que tem reflexos no investimento é o IRC, o IVA. Isso deveria baixar.
Os deputados irlandeses, quando são entrevistados sobre o sucesso económico subito da Irlanda, apontam todos que a baixa do IRC foi uma das causas principais.
Só os portugueses é cque não reconhecem isto!!!!! Negação!!!!
2 + 2 = 4
A Alemanha e a Holanda também baixaram os seus corporate taxes. Tiveram de o fazer! Não acabaram com o estado social. Aumentam apenas os impostos que não têm reflexo na competitividade da economia: IRS, escalões altos, impostos sobre fortunas, imposto de sucessão, entre outros.
A respeito de burocracia, porque é que Londres se transformou na praça financeira nº1 da Europa? Porque têm a burocracia mais baixa da Europa (entre outros motivos, é claro)
""#$ disse:
"Porque isso atrai estrangeiros (vá-se lá saber porquê), e com uma política selectiva de imigração( ou seja pretos da Guiné, não, mas ucranianos sim)poderão trazer know- how."
Não me ofenda! Não me refiro à raça das pessoas.
Quem está a ser racista é o ""#$. O ""#$ é iuma daquelas pessoas que olha para Europeus do norte, sejam turistas, sejam colegas de trabalho, e fica cheio de comichão complexada. Depois entra em obseção e começa a difamar e a criar problemas. Conheço muitos portugueses assim, sobretudo em Lisboa. São uma das causas do insucesso deste país.
Selectividade a nível de aptidão para profissões e educação.
Chama-se a isso ser pragmático, funcional, por isso, os países que recebem imigrantes e têm esta política melhoram economicamente!!!!
O que seria dos EUA, com o seu sistema de ensino publico mediocre, se não fossem os qualificados que vão trabalhar para lá? E muitos não são ucranianos. São indianos, chineses, cambojanos, etc.
O que seria dos EUA sem os cientistas alemães e russos que foram para lá no tempo da 2ª guerra?
Pense!!!
O que seria de muitos países europeus sem a imigração de profissionais qualificados? E a Austrália? E o caso flagrante dos países do Golfo?
Infelizmente Portugal sempre fez tudo ao contrário no que toca a estas políticas. Coloca barreiras. Diz que os portugueses não têm educação, mas vê como ameaça que estrangeiros ocupem esses lugares, bem como que portugueses melhorem essas qualificações.
Sou contra a permanência de Portugal na UE, mas assim estamos em desacordo!
""#$ disse:
"Tão simples.
O mundo seria de facto um lugar alegre se as coisas funcionassem desta forma mecanicista e ordenada.
Nexos de causalidade perfeitamente simétricos uns com os outros."
Que outras soluções tem? O protecionismo com Portugal fora? Proteccionismo já existe na UE! A UE é uma união de protecionismos em que Portugal é discriminado. Assim, Portugal fica a perder.
Não gosto de eurocépticos xenófobos.
Gosto de eurocépticos liberais.
caro João euc:
a categoria "euro céptico xenófobo, ou "euro céptico liberal ", é uma categoria conceptual não existente ao mesmo nível da categoria "liberal de esquerda".
É mais um jargãozinho para poluir com confusão semântica o estado das coisas.
Não sei concretamente o que é que é que ser "liberal".
Os maiores arrotadores de postas de pescada retóricas da blogosfera portuguesa denominam-se todos,mas todos sem excepção "neoliberais" ou liberais.
No entanto nos começamos a le-los e apenas vemos defesas do salazarismo, ou de sistema totalitários, ou racismo disfarçado, ou anti semitismo, ou discurso contra pobres demonizando os pobres, ou conversas de chacha acerca de " legislação socializante", para depois verificarmos que os mesmos que falam em legislação socializante estão a fazer mestrados e doutoramentos com subsídios socializantes em universidades publicas socializantes,etc.
Portanto concretamente não sei o que ê "liberal" em Portugal, ou euro céptico liberal ou xenófobo.
Quanto ao resto propriamente dito, o choque fiscal foi apenas um truque de mercado da parte do Sr Barroso para fazer favores ilegítimos às clientelas que lhe interessava agradar.
Não precisamos de choques fiscais, nem de conversa falaciosa do mesmo género.
o exemplo da Irlanda não é aplicável.Comecaaram nos anos 70 a mudar osistema de educação, são uma ilha, e beneficiam de ligações próximas à Inglaterra e aos EUA.
Não é um modelo transportável para mais lado nenhum, até porque existiram decisões políticas relativamente a investimentos a terem sido feitos na Irlanda, e não noutros lados.
A burocracia é uma desculpa - conveniente - que tem as costas largas para justificar uma série de coisas. A burocracia, o pcp, os sindicatos, os portugueses, etc.
Excelentes desculpas que escuto há 33 anos ...
Não olho nem deixo de olhar para os europeus do norte assim ou assado.
Quanto às bocas acerca das pessoas de Lisboa não faço parte da parolada regionalista do norte isso e fato, mas também não faço parte das pessoas de Lisboa que ficam complexadas pela conversa de que "para Lisboa vai tudo" e para o resto do país nada.
Já dei para esse peditório.
Quanto à sua conversa acerca da selctividade no mercado de trabalho eu de facto concordava com ela se ela fosse primeiro aplicada aos portugueses em termos de formação, e só depois, não existindo portugueses em numero suficiente se fossem buscar estrangeiros.
Não posso é concordar quando so portugueses são claramente colocados em posições de partidas de nitida inferioridade relativamente a estrangeiros e mesmo assim continua-se a facilitar a imigração.
Depois o que se passa é o seguinte: as pessoas ou percebem isto e discutem o assunto sem complexos, ou deixam a discussão deste assunto para os mários machados e os pnr´s.
Pelos vistos a maior parte das pessoas já decidiu deixar serem só os mários machados a discutir este tipo de assunto.
Quanto À outra conversa dos países que seriam um desastre sem terem lá estrangeiros, por favor, peço-lhe que não me ajude argumentativamente.
Um país ou uma região definem-se como sendo um poder efectivo, a partir do momento em que conseguem sozinhos fabricar profissionais de variadas áreas sem terem necessidade de os ir buscar fora.
Excepçao aos EUA, mas isso é uma outra questão e uma outra conversa.
Portugal não está em condições, nem nunca estará contrariamente à conversa optimista de pura propaganda que existe, de atrair pessoas e sermos depois todos muito felizes como se isto fosse a ONU na terra.
Continue-se assim, eentão de facto , a xenofobia comecará aparecer a sério.
Aconselho o João euc, a ir ver os resultados eleitorais ,que é para ver votos terem sido metidos no PNR nos sítios mais improváveis.
Quanto à conversa do proteccionismo estando fora é apenas mais uma opção estratégica em cima da mesa que vale tanto como qualquer outra opção estratégica em cima da mesa.
É apenas uma questão de avaliação das forças em presença e dos interesses.
Prefiro a UE, mas não esta UE.
Como tal é necessário aumentar a pressão sobre esta UE.
Se para aumentar a pressão sobre esta é preciso dizer que se está a considerar sair então essa táctica negocial deve ser aplicada.
Essa ou outras.
Agora a conversa do liberalismo impregnada de adam Smith subliminar,lamento mas não como dessa papa.
Sobre a baixa de impostos, o exemplo da Irlanda, etc.
Estmos a cometer o mesmo erro da União Europeia, o de se achar que há uma receita que dá resultado em todos.
Não, não há.
Ignoro se uma baixa de impostos teria ou não efeitos sobre a economia portuguesa. Para já é preciso sublinhar de que no quadro actual a baixa é impossível, a Comissão caía-nos logo em cima. Mesmo que essa baixa tivesse efeitos positivos dentro de dois ou três anos. A Comissãso nunca compreenderia isso.
Depois, Portugal é muito diferente da Irlanda. O que deu aparentemente resultado na Irlanda pode dar ou não resultado cá.
Estarmos a defender o exemplo irlandês é, como referi, tão errado como legislar medidas únicas para toda a União. Uma estratégia desenvolvida para um país ou grupo de países pode dar resultados opostos noutro(s).
#$ disse: "a categoria "euro céptico xenófobo, ou "euro céptico liberal ", é uma categoria conceptual não existente ao mesmo nível da categoria "liberal de esquerda".
É mais um jargãozinho para poluir com confusão semântica o estado das coisas."
Está enganado. Faz sentido dentro do que eu defendo para o meu país. Portugal comete um erro enorme ao defender a EU com unhas e dentes (entenda-se a pompa e circunstância dos tratados, cimeiras folklóricas, tachos em Bruxelas, a política do coitadinho que diz que o que interessa a Portugal são os fundos comunitários, aceitar mdedidas discriminatórias), ao mesmo tempo que é xenófobo em relação aos estrangeiros qualificados que se querem cá estabelecer. São estes que se vêm as portas a fechar estupidamente.
Portugal deveria fazer as coisas ao contrário. Seria inteligente.
Quanto a ser liberal de esquerda, não sei o que é isso. Nem sei o que é esquerda e direita. São conceitos demasiado generalistas.
""#$ disse: "Os maiores arrotadores de postas de pescada retóricas da blogosfera portuguesa denominam-se todos,mas todos sem excepção "neoliberais" ou liberais.
No entanto nos começamos a le-los e apenas vemos defesas do salazarismo, ou de sistema totalitários, ou racismo disfarçado, ou anti semitismo, ou discurso contra pobres demonizando os pobres, ou conversas de chacha acerca de " legislação socializante", para depois verificarmos que os mesmos que falam em legislação socializante estão a fazer mestrados e doutoramentos com subsídios socializantes em universidades publicas socializantes,etc.
Portanto concretamente não sei o que ê "liberal" em Portugal, ou euro céptico liberal ou xenófobo."
Mais. Posso defender ideias a vulso vindas de todos os quadrantes políticos. Defender o Salazar? Sim, a política monetária + a neutralidade de Portugal na 2ª guerra. O resto não. A política de educação do Salazar foi desastrosa.
Defender o PCP? Sim, o PCP é o único que tem razão na denúncia da destruição do tecido produtivo português pela UE. Isto muitas vezes é imposto pela UE, e não obedece à economia de mercado (ETS, abate de barcos, proibições de construir barcos, PAC), mas já não tem razão em ser contra a flexisegurança.
Racismo disfarçado: onde está o racismo? Não está também naqueles que fecham as portas aos estrangeiros que poderiam ajudar a melhorar em capital humano este país? Tentam manter os seus postos de trabalho à custa da difamação e do uso de 2 pesos e 2 medidas?
Ser eurocéptico liberal é olhar para os exemplos da Suiça, Singapura, Dubai (salvo erro é este que quase já não tem petróleo e a economia cresce 16% ao ano), onde há muitos e muitos estrangeiros lá a viver. É ter impostos baixos aos negócios, é falar linguas estrangeiras, é cobrar também impostos altos aos ricos (mas não aos negócios; percebe a diferença?)
""#$ disse: "Quanto ao resto propriamente dito, o choque fiscal foi apenas um truque de mercado da parte do Sr Barroso para fazer favores ilegítimos às clientelas que lhe interessava agradar.
Não precisamos de choques fiscais, nem de conversa falaciosa do mesmo género.
o exemplo da Irlanda não é aplicável.Comecaaram nos anos 70 a mudar osistema de educação, são uma ilha, e beneficiam de ligações próximas à Inglaterra e aos EUA.
Não é um modelo transportável para mais lado nenhum, até porque existiram decisões políticas relativamente a investimentos a terem sido feitos na Irlanda, e não noutros lados."
O choque fiscal foi uma fraude. A classe política portuguesa é corrupta. Precisamos de choque fiscal, sim. Não precisamos de falsas-promessas.
O governo acabou por acabar com o imposto de sucessão. Este imposto deveria, não só manter-se, como deveria aumentar muito mais.
Os países liberais têm impostos de sucessão muito altos. São a favor do capitalismo popular (por isso: IRC baixo, burocracia baixa) e são contra o capitalismo oligárquico (por isso têm imposto de sucessão alto, IRS alto nos escalões altos, imposto sobre fortunas).
Portugal tem as diferenças entre ricos e pobre mais altas da Europa. Faz sentido ter estas políticas. A negação ilógica não resolve nada. Piora.
""#$ e O Raio: O modelo irlandês é em grande parte aplicável a Portugal. Portugal é quase uma ilha. Portugal tem características geográficas semelhantes à Irlanda. Portugal também beneficiou do crescimento económico dos EUA nos anos 90: exportava carros, peças de automóveis, carruagens de metro para os EUA. Porquê? A costa atlântica + relativa proximidade. A Irlanda exporta software que não obedece a custos de transporte. Muito do capital humano da Irlanda é estrangeiro. Porque é que as empresas estao na Irlanda então? IRC baixo + lingua inglesa + educação tecnológica (em Portugal só se aprendem "boas maneiras", não se aprendem estruturas lógicas.
Talvez tenham também havido motívos políticos: Paz na Irlanda do Norte. Não sei.
Agora é mais dificil, claro: A Estónia, A Eslováquia, A Bulgária já imitam o modelo irlandês. Estamos a atrasar-nos e estamos a fechar possibilidades. Se a UE não aceita a baixa dos impostos relacionados com o investimento, Portugal só tem é que sair da UE.
Sobre os estrangeiros e a burocracia, respondo mais tarde.
Caro joao EUC:
1. Não defendo Salazar,porque não defendo ditaduras. Mesmo que as ditaduras se tenham enganado alguma vez e feito uma ou duas medidas bem feitas.
2. Por essa razão não defendo Singapura ou Dubai como modelo de coisa nenhuma. Ditaduras muçulmanas high- tech ou de turismo podem parecer apelativas, mas não deixam de ser ditaduras.
3. Irlanda não é aplicável porque o que a Irlanda fez já foi em tempo útil e pretender replicar 25 anos depois não dá. É o exemplo filosófico de Arquimedes e a tartaruga que aqui está.
4. Capitalismo popular: mais um jargão. Copiado de fora, sem ter em conta as especificidades do país.
Como tal condenado a falhar como todas as importações de fora.
5. A conversa do João euc, sobre impostos e ricos é engraçada, bonita e gira. O problema é contudo só um.
Nenhum rico investirá em Portugal apenas e só porque lhe baixaram os impostos e depois possuido or um desejo de investimento súbito ele investirá.
Essa é uma das maiores falácias que é vendida pelo neoliberalismo lusitano para justificar reduções de impostos ou um taxa de imposto único.
É contra a natureza humana que alguém fique rico porque lhe baixaram os impostos e de repente desate a investir.
É aliás daí que deriva a expressão "viver dos rendimentos"
Entre viver dos rendimentos e investir 90% das pessoas vive dos rendimentos.
Isto não invalida, contudo ,que os impostos em Portugal sejam ,em algumas coisas absurdamente altos.Note-se.
6.Sou contra a flexisegurança, mais ainda em Portugal.
Se os gestores querem ser bem pagos, uma das competências deles a serem bem pagos é a gerirem bem o pessoal à disposição que tem, e não, à primeira oportunidade e à primeira crise que aparece, despacharem pessoas para o raio que as parta.
E do ponto de vista económico ainda sou mais contra a flexi segurança, porque é uma conversa engraçada, mas ninguém ainda explicou quem é que vai pagar os custos de formação dos flexisegurados.
E não estamos a falar de trocados.
"Portugal é quase uma ilha. Portugal tem características geográficas semelhantes à Irlanda."
Não tem não senhor! Portugal não é quase uma ilha, Portugal é um país do continente europeu e é o único da UE que só tem fronteiras com um único parceiro, ainda por cima quatro vezes maiores do que nós e que nos está a apertar até mais não.
E ainda por cima, Portugal tem políticos cobardes que têm medo de Espanha. Qualquer presidente de um governo regional espanhol fala mais alto a Madrid que o governo português.
Basta ver a boca absurda do Sócrates quando lhe perguntaram quais as três prioridades de Portugal, Espanha, Espanha, Espanha!
Quando é exactamente o contrário, Portugal já está demasiado dependente de Espaha e da UE, o que Sócrates deveria ter respondido era, diversificar, diversificar, diversificar.
Quanto á flexi-segurança é mais uma das manias desastrosas da UE. A pergunta a fazer é a que disse o ""#$, quem paga a flexi-segurança? É que me parece que iremos ter por cá uma versão portuguesa da flexi-segurança, isto é, muito flexi e pouca segurança...
Ó ""#$:
Sobre as ditaduras, eu estou a falar de modelos económicos. Não estou a falar de modelos políticos.
Não use a máxima: "Se não tem razão, tente confundir".
Não vou deixar de defender uma ou duas políticas positivas porque todas as outras vindas do mesmo lado foram negativas. Senão torno-me um dogmático e perco a objectividade.
""#$ e o Raio: Ao contrário do que disseram, Portugal é quase uma ilha. Vejam o mapa da Europa. A Irlanda tmbém foi asfixiada peplo Reino Unido (discriminação, fome, falta de direitos, e praticamente só tem fronteira com o Reino Unido.
Vejam o mapa da Europa, Portugal e a Irlanda têm características geográficas muito semelhantes.
A Irlanda só contornou isso com o IRC baixo. Portugal tem que fazer o mesmo. Os modelos não são inteiramente copiáveis porque os países são diferentes, claro! Então se o IRC baixo ou inexistente, não poria Portugal a crescer 10% ao ano, provavelmente poia o país a crescer 5 ou 6% ao ano. Já seria muito bom!
O motivo pelo qual o investimento é direcionado para Espanha, e não para Portugal está também na diferença das taxas de IVA entre Portugal e Espanha.
""#$: sobre o capitalismo popular. É evidente que não é perfeito. Está condenado a falhar se as pessoas o quizerem. Portugal sempre foi um país de oligarquias. O país das "boas familias". Reparem nas pessoas que ocupam cargos publicos ou que são famosas em Portugal. Reparem que elas têm quase sempre os mesmos apelidos.
Que tal essas "boas familias" pagarem 70% dos seus rendimentos altos em IRS, enquanto que as empresas pagam 10 ou menos % de IRC. Isso é um estímulo ao investimento.
""#$: Sobre os impostos, o ""#$ precisa de uma lição de fiscalidade.
IRS: Pagam todas as pessoas de carne e osso. Inclui os lucros dos empresários, rendas, pensões, prémios de lotaria e salários.
É um imposto progressivo, ou seja, a taxa aumenta consoante o rendimento. É certo que que é rico tem percentagens mais altas de IRS aplicadas. Eu não defendo a flat tax rate. Antes pelo contrário, defendo taxas até 70 ou 80% do rendimento, como na Escandinávia.
IRC: pagam as empresas. Incide sobre os resultados, antes destes serem dados (ou não) aos donos das empresas.
Ora, se o IRC fôr baixo e o IRS fôr alto nos escalões mais altos, o dono de uma empresa é confrontado com a seguinte situação:
Se ficar com o lucro, paga muito em IRS. Se deixar esse dinheiro capitalizar na empresa, prescindindo do dinheiro, paga apenas o pouco em IRC.
Logo, o empresário vai sentir-se estímulado a investir mais, aumentando o capital das empresas, logo, melhorando a economia, aumentando o emprego, e melhorando a sua empresa.
Assim, o estado, com o crescimento económico criado, colecta mais em IRS (por ter um escalão mais alto e por aumentar o úniverso da colecta), que pode ser aplicado em políticas sociais. É também a única maneira de criar crescimento económico sem aumentar as disparidades sociais.
É assim tão dificil de compreender? É que faz sentido.
Nunca defendi taxas únicas. Defendo que os impostos com efeito no investimento devem baixar. Os que não têm efeito no investimento devem subir.
O ""#$, ao responder a esta questão, apenas me deu argumentos, porque o ""#$ confunde redução do IRC com redução de todos os impostos.
A flexisegurança melhora a produtividade. Os trabalhadores têm de ter garantias que, se não houver emprego, o estado os apoia.
O que o ""#$ defende são as políticas "ao contrário" de Portugal: Nós somos atrasados mentais coitadinhos, logo, temos que ter atenções especiais.
Foi o ""#$ que disse logo no inicio: Portugal é um país periférico e ridículo.
como quem diz, somo idiotas e precisamos de apoios especiais para podermos continuar a ser idiotas. Essa mentalidade só piora a situação do país.
O assunto é off-topic, mesmo sobre o título, "zangam-se os nacionalistas". Não sou nacionalista.
joau euc: vou saltar para posts de cima.
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