Ficámos esclarecidos, mas não é certo que os lideres da UE tenham ficado descansados: afinal quem representa a Polónia na cimeira dedicada à concepção do novo Tratado - que teve início esta tarde - é o presidente da República, Lech Kaczynski, e não o seu irmão gémeo e primeiro ministro, Jaroslaw.
A escolha é sintomática do novo estado de espírito dos polacos, que começaram, na véspera da cimeira, a baixar o tom bélico, dirigido sobretudo à Alemanha, de que usaram e abusaram nas últimas semanas. Afinal de contas, reconheceu na quarta-feira Jaroslaw, um eventual veto da Polónia a um acordo na cimeira não seria muito produtivo para o futuro. O do seu país, seguramente, porque tal como lhe lembraram alguns dos seus pares, a solidariedade é uma estrada de duas vias.
Jaroslaw tinha aliás explicado alto e bom som nos últimos dias que se fosse para vetar um acordo sobre o novo Tratado e partir a loiça, seria ele a deslocar-se a Bruxelas. Se, em contrapartida, a intenção fosse negociar um compromisso, então seria o presidente, considerado mais brando e conciliador, a representar a Polónia.
Não há nada como resolver os problemas da governação do país em família. A questão é saber se os restantes vinte e seis lideres da UE sabem qual dos dois gémeos é qual
1 comentário:
Ao que parece, é sobretudo Blair que está a levantar problemas, sobretudo na questão do Ministro de Negocios Estrangeiros. Na sua ultima cimeira (mas sobretudo a primeira sem Chirac, por quem nutre uma antipatia visceral) Blair vai querer ser o protagonista e voltar a casa como heroi nacional para justificar o descanço do guerreiro. Temo que mais uma vez, as vaidades pessoais se vão sobrepor ao interesse da União.
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